Um pouco de informação, e, por que não, de polêmica, sobre os vencedores do prêmio!
Segundo o release oficial: O Senac São Paulo e a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP), com o apoio do site Bigorna e Inarco Internacional, promovem a entrega do 26º Prêmio Ângelo Agostini, aos melhores do quadrinho nacional do ano de 2009, marcando os 100 anos do falecimento de Angelo Agostini.
Confira os vencedores:
Melhor Desenhista - Adauto Silva;
Melhor Roteirista - Laudo Ferreira Júnior;
Melhor Cartunista - Sivanildo Sill;
Melhor Lançamento - Roko-Loko - Hey Ho, Let´s Go! (Editora Rock Brigade);
Melhor Fanzine - QI (Edgard Guimarães);
Troféu Jayme Cortez - José Salles (Editora Júpiter II);
Mestres do Quadrinho Nacional: Franco de Rosa, Henrique Magalhães e Rodval Mathias.
O evento terá a seguinte programação:
13h exibição do filme Deu no New York Times (roteirizado e encenado por Henfil);
14h30min Palestra A Divulgação dos Quadrinhos na Internet com com Carlos Costa, Fábio Sales, Paulo Ramos, Renato Lebeau, Rodrigo Febrônio e Sidney Gusman;
15h30min Apresentação de lançamentos de autores nacionais;
16h Entrega dos prêmios (com exibição de trabalhos dos premiados);
17h Bate-papo com os quadrinhistas;
18h Encerramento.
O local contará com uma banca de venda de revistas independentes de autores nacionais organizada pelo Coletivo Quarto Mundo.
Será realizada a criação de uma HQ coletiva gigante (os presentes serão convidados a desenhar uma seqüência de uma HQ, com tema escolhido no início dos trabalhos).
A festa será realizada no dia 27 de fevereiro, sábado, a partir da 13h, no Senac Lapa (Rua Faustolo, 1347 - São Paulo/SP).
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Agora, polêmica. Ou não?
Não tinha me incomodado com os vencedores, até porque alguns eu não conhecia. Mas um belodia, uma twitada de um amigo que entende muito de HQs me fez repensar. E eu concordei com ele. O lance é que, e aí não sei se concordam comigo, num ano em que tivemos lançamentos do calibre de MSP 50, 7 Vidas, Sábado dos meus amores (escolhido porquase todo mundo o melhor lançamentoe de 2009), Yeshua, sem contar os inúmeros bons lançamentos independentes, o ROKO LOKO ganhar é incomum. Pra não dizer injusto.
Eu gosto muito do Márcio Baraldi, autor do Roko-Loko, respeito muito o trabalho dele, apesar de não acompanhar (eu também não acompanho o Batman, questão de gosto pessoal). Nunca fui fã da arte, mas conheci e acho o autor um cara legal.
É estranho mesmo. E aí, eu pensei, numa daquelas raras oportunidades de exercitar a dedução, o quebra-cabeças. Pensem. O Angelo Agostini é um prêmio de votação aberta. Qualquer pessoa pode enviar cédulas ou emails e votar (no HQMix, ao contrário, só profissionais inscritos votam). Então, alguém que tem uma legião de fãs extensa pode ganhar, se os fãs se mobilizarem. A Pieces foi indicada, junto com dezenas de títulos, mas claro que não ganharia se o lance fosse quantidade de votos.
Umas semanas antes do fim da votação, recebi um pacote do Baraldi, com um exemplar autografado do Roko-Loko, e dentro dele, uma cédula do Angelo Agostini com uma carta, sugerindo votos favoráveis ao Roko-Loko. Não sei até que ponto isso ajudou o álbum a ganhar. Eu não votei no Agostini, faltou tempo pra pensar no assunto, e se tivesse votado, não seria no álbum vencedor. Mas enfim, me peguei pensando sobre isso. Se eu fizesse o mesmo com a Pieces, Quadrinhópole, ou qualquer outro projeto meu, não poderia ser mau-visto? Ou criticado?
Lembro de uma certa polêmica que rolou um tempoatrás, acho que no Agostini de 2008, em que foi sugerido que o Quarto Mundo fez panelinha pra votar, ganhando assim o prêmio, como coletivo, pela contribuição. Ora, nós NUNCA faríamos isso, e todos os quartomundistas sabem, o assunto foi discutido à exaustão. Nem se quiséssemos. Não é ético, pra começo de conversa.
Deus me livre querer comprar briga por causa disso, ainda mais com o Baraldão, mas não posso deixar de achar injusta apremiação. Acho sim, que os álbuns de cortesia foram enviados a muita gente, e essa galera toda votou, combinando com os já fãs do trabalho do cara, e resultou no album, que, na minha opinião, não merecia o prêmio.
Que fique bem claro: não tem a ver com a Pieces não ter ganho. Ou qualquer outro projeto no qual trabalhei. É minha opinião sobre o assunto, de achar que tivemos lançamentos de calibre muito maior que deveriam ter ganho. Eu teria votado fácil em MSP 50, que está no meu top 5 de 2009. Ou na Pieces, só pela birrinha ; )
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Por outro lado, o prêmio de desenhista foi para alguém que eu não conhecia antes, mas que segundo minha pesquisa, é um bom desenhista. Só não sei bem o que ele publicou no Brasil. Pode ser falha minha. É que é estranho o prêmio de Roteirista ter ido para o grande Laudo Ferreira, meu amigo do Quarto Mundo, pelo Yeshua. Claro, Yeshua é uma puta história, e merecidamente ganhou o prêmio, mas o Laudo é um ótimo desenhista também. Pelo menos eu sempre o vi como desenhista em primeiro lugar, e roteirista em segundo plano.
O melhor zine, QI, foi uma ótima escolha. Tem um público muito grande, e emncerrou suas atividades com o nº 100. Vai deixar saudades. O Agostini é uma homenagem e tanto.
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Não vou estender mais o assunto. É bem provável que eu vá à premiação, com os quartomundistas, então poide ser que nos vejamos lá!
Pensem a respeito. Será que é justo esse lance eleitoral todo? Seria dumping?
O que o HQ Mix nos reserva?