quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Um Caso de Amor Chamado FIQ - Parte 2 (Newsletter)

 Este texto foi publicado originalmente na Newsletter Quebra-Cabeça, edição 41, em 29/8/2022.

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Um Caso de Amor Chamado FIQ - Parte 2

Ao longo da minha carreira como autor de quadrinhos (que engloba também ser ilustrador, professor e produtor de conteúdo), participei de diversas coletivos/grupos/famílias. Acho que é algo que faz parte do nosso desenvolvimento como artistas, primeiro porque toda carreira artística (especialmente aqui no Brasil) é muito incerta. Segundo, e justamente por causa da primeira, porque a cena é sempre muito bacana e acolhedora: todo mundo quer que todo mundo tenha sucesso e por isso, ajuda e respeito mútuos são essenciais. E aí, então, a gente vai conhecendo as pessoas e formando laços e afinidades em grupos, panelas, etc. 

No comecinho de carreira, antes mesmo te me encontrar como autor, eu fiz parte do Projeto Paradigma (mas disso eu falo mais e melhor em algum momento). Já me considerando autor e produzindo minhas HQs, participei da Front de 2006 até seu fim. Do Quarto Mundo de 2008 até seu fim. Do Petisco, de 2011 até seu fim. Em todas elas, cheguei a ser no conselho editorial. Fiz parte da Pandora Escola de Arte por mais de 15 anos. Eu gosto muito de fazer parte de uma equipe, de colaborar e construir coisas bacanas. Também já fiz muita coisa sozinho ou em grupos pequenos, mais focados, como Terapia e Monstruário. Mas a experiência mais recente, que justamente foi coroada no FIQ, é com a Guará.



No terceiro dia do FIQ rolou a festa da Guará, onde uma infinidade de quadrinistas e pessoas relacionadas aos quadrinhos ocuparam um bar na calçada oposta do festival. A proposta era de 200 cervejas grátis pra galera por conta da Guará, mas claro que a festa transcendeu isso e virou mais uma confraternização épica de gente que ama quadrinhos (e bebe cerveja, e conversa muito, e celebra o quadrinho...).

Foi excelente e foi coroada com um momento muito especial: o pedido de casamento do Denis Mello para a Juliana Moon. O Denis é um amigo muito querido, de outros carnavais. E a Ju é uma amiga querida recente. Ambos são autores da Guará. E ter presenciado esse momento tão especial para eles foi muito legal. O abraço coletivo de todo mundo da Guará nos noivos foi mais um tijolo na construção dessa equipe.



Eu não fiquei no estande da Guará durante o evento porque tinha minha mesa, e como fui sozinho, precisava estar muito tempo lá, focado e atendendo o público. Mas de vez em quando eu dava um pulo lá pra ver o pessoal. Pelo que soube, as vendas foram bem legais e a principal coisa do FIQ se concretizou: estar presente e mostrar a cara, criar conexões com pares e principalmente com leitores. E, mais especial ainda, com os novos leitores, essa galera que ainda está descobrindo o universo infinito que é o quadrinho brasileiro. 

Me senti muito acolhido pela equipe toda desde o começo, mas a experiência ao vivo foi muito mais especial. Sentir o carinho do pessoal e toda aquela energia boa no meio dessa celebração dos quadrinhos... Sensacional. A Guará tem muita coisa legal rolando e é muito legal fazer parte disso (mesmo não estando em projetos ativamente agora). Rolou fotona com a equipe toda, rolou jantar da firma, rolou festona, rolaram muitas conversas cheias de ideias pro futuro.



Minha experiência na Guará foi, até agora, de arte-finalista (fui indicado ao CCXP Awards na categoria Melhor Arte-finalista pelo meu trabalho), mas as conversas durante o FIQ foram muito interessantes em termos do futuro da editora e dos projetos e do meu futuro enquanto parte dessa jornada. Mas eu não posso falar sobre isso ainda ;)

Outra coisa bem legal foi no dia em que toda a equipe da Guará apareceu com um boné. Nesse boné tinha um picolé de boné. Além do boné, tinha um botton circulando pelo evento com o mesmo desenho. Apesar de ainda não termos divulgado nada oficialmente, causou um certo burburinho. Afinal, o que significa esse boné, essa ação e qual a relação com a Guará? Só vou dizer uma coisa: fiquem ligados. O picolé de boné ainda vai dar o que falar.




Pra fechar, eu queria agradecer a todos meus amigos e colegas da Guará, os que eu já conheci há tempo e os novos, que conheci agora. Ao Rapha e ao Gabriel, em especial, por me convidarem a fazer parte desse projeto, não só por confiarem no meu trabalho como artista, mas também por confiarem no que tenho a oferecer e colaborar. Esse é uma das coisas que mais me faz bem num trabalho em equipe e emocionalmente, também.

Sucesso demais à Guará!

PS.: No FIQ rolou o Marioverso. Ou o Raphaverso. Ou o Ruasverso. A gente ainda não sabe. Mas é real que tem alguma brecha no multiverso que permite que seres muito parecidos façam quadrinhos nessa realidade. A gente também inclui o Gustavo Borges como nossa variante teen, o Yoshi Itice como uma variante asiática e o Ivan Costa como nossa variante empresário. Abaixo um registro do encontro:


Carlos Ruas, Rapha Pinheiro e Mario Cau (não necessariamente nessa ordem)

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