terça-feira, 14 de junho de 2016

Projeto 21 Dias - 2ª Semana

Oi, pessoal! Estou de volta com mais um resumo da semana no Desafio dos 21 Dias. Para saber mais sobre este projeto, clique AQUI.

Confesso que manter-se fiel ao desafio é uma coisa difícil. Mesmo sendo um desenho por dia, quando você já tem a agenda cheia e os horários de lazer preenchidos, praticamente não sobra tempo para fazê-lo. Nesta semana passada, a segunda do desafio, tive alguns problemas com horários, e em alguns casos, simplesmente precisei ficar acordado até tarde para cumprir a meta.

Vamos ver como ficaram?

Na segunda, dia 6 de junho, começa a semana e recomeça o desafio. Fiquei um tempo pensando no quê exatamente desenhar. Minha proposta de fazer releituras de artistas que me influenciaram de alguma forma é bem ampla. E mesmo assim, alguns artistas que já me influenciaram no passado hoje já não ressoam tanto na minha cabeça. Enquanto isso, alguns outros parecem muito bacanas e ainda mexem comigo, mas é preciso estar na vibe certa para desenhar algo deles.

Enfim, escolhi o Terry Moore e sua obra Estranhos no Paraíso, uma das HQs mais interessantes que lida com cotidiano, drama, pessoas reais. Escolhi a capa do primeiro volume de "Sonho com Você", que foi publicado no Brasil pela Via Lettera. Infelizmente, EnP nunca foi publicado inteiro, e três editoras já tentaram. Ainda torço pelo dia em que vou poder ler essa série inteira, sem interrupções, bem editada.

Gosto demais da simplicidade dessa capa. Ela traz muita atitude na expressão da personagem Katchu, usando pouca informação.




Na terça, dia 7, foi a vez do mestre absoluto Will Eisner. Dono de um estilo inconfundível de desenho, narrativa e escrita, ele foi - e ainda é - uma influência imensa no meu trabalho. Até hoje fiuco encantado pela composição de páginas que ele criava. Tudo flui magistralmente, nada é excessivamente fora da caixa, mas nada é raso demais. Se você curte quadrinhos, e especialmente se você FAZ ou QUER FAZER quadrinhos, você PRECISA conhecer a obra de Will Eisner, especialmente seus livros teóricos: "Quadrinhos e Arte Sequencial" e "Narrativas Gráficas".

Foi este desenho que me manteve acordado até tarde. Naquela noite, fui pegar no sono bem depois da 1h da manhã...

O primeiro livro dele que li foi "Pequenos Milagres" (editado no Brasil pela Devir), onde está uma das HQs dele que mais gosto: "Mágica de Rua", onde dois primos conseguem se livrar de uma surra dos valentões, sendo muito mais espertos que eles. Essa cena é a abertura da história, mas acreditem: não encontrei ainda essa imagem na internet pra ilustrar o post, e emprestei o livro semana passada, então não posso escanear. Hahaha. Bom, de qualquer forma, aí está:



Na quarta-feira foi a fez,enfim, do Jim Lee. Eu estava namorando a ideia de desenhar algo dele desde o começo do desafio, mas sempre acabava deixando de lado. Não que ele não tenha sido uma influência de fato, é que depois de um tempo, desenhar super-heróis a partir de referências dos anos 90 é um tanto... meh. Lee continua ainda hoje a ser um desenhista muito competente, com um estilo bacana e um dinamismo particular. Ainda gosto de ver o traço dele, mas é uma coisa que fazia MUITO mais sentido pra mim quando eu lia os X-Men dele, lá por 1993, 94, 95... E os Wild CATS, uns anos depois.

Ainda acho super-heróis um gênero divertido, mas cansei um pouco de acompanhar. A maioria das coisas parece sem graça pra mim hoje, e prefiro outros tipos de histórias. Confesso que esse foi o desenho mais difícil de fazer até agora. Não por uma questão técnica. O desenho saiu, sim, mas tive que me empurrar para concluí-lo. Até as caneta de arte-final estavam de má vontade. Eu estava cansado e não estava muito afim de fazer, mas não queria deixar o dia passar sem um desenho. Esse foi o resultado, e é o meu menos favorito de todos até agora.



Quinta foi um dia cheio de aula, bem cansativo. Não consegui desenhar o desafio mais uma vez. Na sexta, idem. Acabei retomando só no sábado à tarde, numa janela entre almoço e compromissos familiares à tarde. Naquele dia, meu aluno Wellington tinha devolvido o "Moving Pictures", uma graphic novel desenhada pelo Stuart Immonen. E decidi desenhar algo dele. Esse cara merece um parágrafo ou dois.

Immonen é um dos quadrinistas mais versáteis da atualidade. Seu estilo varia do mais realista ao mais cartum com uma maestria, um domínio, que eu vi poucas vezes por aí. Praticamente tudo que ele faz é um deleite visual, a narrativa flui perfeitamente, as cenas são poderosas, suas escolhas são excelentes e o traço é sempre o que a HQ precisa. Desde que comecei a prestar atenção emseu trabalho, nunca me senti desapontado.

A capa de "Moving Pictures" é de um design precioso. O traço é estilizado e beira o minimalismo. A composição é incrível, e a escolha da paleta de cores, também. Esse tipo de domínio estilístico é bem difícil de alcançar, oque mostra que ele é, acima de tudo, um pesquisador, um desenhista curioso e um profissional de ponta.




Com o desenho acima, terminei meu último sketchbook. E comecei um novo. No domingo fiquei sem desenhar mais uma vez. Tivemos um aniversário e muito, muito frio. Sério, o frio que fez essa última semana, e especialmente nesses últimos dias, praticamente me derrubou...

Na segunda, compensei o atraso com dois desenhos. Os compromissos me tiram do rumo mas preciso entregar os 21 desenhos! Dessa vez, fiz duas releituras de um dos pintores mais bacanas: René Magritte, um surrealista do começo do ´seculo XX. Seu trabalho é cheio de metáforas, analogias, brincadeiras visuais, questionamentos. Não á pra assumir nada de literal nas suas pinturas: tudo quer dizer algo diferente, algo inusitado. Há uma poética particular, um tipo de silêncio absoluto, incômodo e questionador.

O primeiro foi "Reprodução Proibida", genial.



A segunda foi "Filho do Homem". Com essa maçã verde na cara do homem.



E aí, o que estão achando? Deixem seus comentários!





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