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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Pensando sobre o tempo

Salve salve, pessoal! Tudo bem por aí?

Engraçado como o TEMPO é valioso. Cada vez que ganhamos um tempo a mais, que não estava planejado, a cabeça já começa a rodar: o que eu faço com esse tempo ganho? Como aproveitar da melhor forma? 

Vejam que a gente acaba falando de TEMPO como se fosse DINHEIRO. Ganhar, perder, sobrar, gastar, investir, gerenciar, desperdiçar... O tempo é um bem muito precioso, mas a velha máxima capitalista "tempo é dinheiro" não pode ser o norte da nossa vida, nem é verdade: tempo não é dinheiro, tempo é VIDA. Vivemos num ritmo sempre acelerado, com tantas coisas para fazer (e geralmente elas não são bem o que a gente queria de verdade fazer, mas coisas que temos que fazer), que os momentos de "vazio" acabam tendo essa ansiedade associada: o que eu faço agora com esse tempo livre?

Há que se tomar um pouco de cuidado. A tal da produtividade é um tipo de armadilha. A gente quer ser produtivo em tudo, especialmente no que a gente mais gosta de fazer. No meu caso, é tudo que envolve meu trabalho com quadrinhos, vídeos e aulas. E quando eu tenho "tempo livre", eu acabo querendo fazer mais dessas coisas, de alguma forma. Mas a produtividade é algo que pode nos fazer pirar. Ficamos o tempo todo com isso na cabeça, considerando oque fazer pra aproveitar melhor nosso tempo, e quando vemos, o tempo passou, nós até fizemos um monte de coisas, mas sempre vai ter mais coisas pra fazer e o dia acabou.

Descansar é importante. E a gente acaba querendo incluir nossos projetos pessoais e atividades mais prazerosas no tempo livre, como forma de ocupar esse vazio e impedir o ócio. Mas olha, projeto pessoal ou atividades não são ócio, são na verdade mais um jeito de ocupar o tempo livre. Descansar pode envolver algum tipo de atividade, claro, desde que o resultado seja o que você busca: descanso, e não mais ansiedade, competição ou impulso de produtividade. Essa busca por estar sempre sendo útil e gerando resultados nos impede de ter espaço para algo muito importante: ócio.

O tal do "ócio criativo" pode parecer uma desculpa pra ficar de papo pro ar sem fazer nada, mas no fundo tem um outro anzol pra gente morder: se o ócio é criativo, então eu preciso criar coisas, encontrar soluções, estudar algo, praticar algo. E aí, você volta a fazer coisas que geram o redemoinho da produtividade e ansiedade. O ócio criativo, ou mesmo só ócio, é pra gente fazer NADA. É pra curtir o sol na janela, dar uma andada na pracinha, tomar um café lendo um livro qualquer, ver um programa de TV tonto, tirar um cochilo, ficar vendo a parede ou os pássaros no céu. É respirar com calma, pensar em nada, deixar sua mente acalmar. 

Isso pode sim gerar inspirações, trazer soluções e ideias, mas isso só acontece porque você permitiu pra sua mente descansar e deixar todos os processos irem pro subconsciente. Quantas vezes você não teve um insight legal enquanto tomava banho ou andava até a padaria? Deixar amente divagar também é uma forma de autoconhecimento. A reflexão sobre nós o nossa relação com tudo e todos, um tipo de meditação contemplativa, ajuda muito. Sem pressa, sem cobrança, sem neura, apenas o pensar nas coisas.

E, quando você volta pra suas atividades, tem um tipo de renovação, de reciclagem mental. E isso faz muito bem. Quem se mantém o tempo todo ocupado com tarefas acaba perdendo rendimento criativo e o cansaço vai se acumulando. Viramos maquininhas de produzir resultados e cumprir tarefas e acaba se acostumando que isso é o normal da vida. Mas não precisa ser. Não estou advogando pela preguiça, procrastinação e desorganização. Apenas acho que precisamos gerenciar o tempo para ter tempo de respirar e ver o sol se por. E gerenciar o tempo também envolve estabelecer prioridades, listar tarefas e atividades e entender que a pressa deve ser um problema de organização dos outros, não seu. Profissionalismo envolve isso, também, e recomendo sempre que vocês, ao trabalharem com arte, sejam muito profissionais e deixem que o caos venha do cliente, não de você, e que você saiba lidar com isso também.

Bom, deixo abaixo alguns conteúdos sobre o assunto pra refletir.


Calma, Gente horrível: Direito ao Ócio

Cortella - Arte e Ócio

Karnal - Ócio Criativo

Emicida - Ócio Recreativo


sábado, 17 de abril de 2021

A Colcha de Retalhos da Vida

 Pra refletir: Trecho de um post de blog do Austin Kleon:

"Cada dia é como um quadro em uma colcha de retalhos. Alguns dias são feios, alguns são pesados, outros são caóticos e alguns são coloridos e outros ordenados, mas se você continuar adicionando, uma hora eles formam algo completo."

A ideia de que dificilmente existirão sequências infinitas de dias perfeitos (aqueles que atendem nossas expectativas otimistas): alguns dias serão, inevitavelmente, piores de alguma forma. E isso é normal, é a vida. A colcha formada pela costura de tantos dias bons e ruins, em suas variadas formas, cores e padrões, é a nossa vida: plural, imprevisível e vasta.

Uma colcha de retalhos feita exclusivamente de pedaços do mesmo pano acaba sendo muito sem graça. Mas podemos, também, tentar entender e organizar o despadrão que a vida nos oferece e organizar tudo isso de forma que faça sentido e traga conclusões e aprendizado. Mesmo com retalhos dos mais variados, a forma com que os dispomos na colcha pode resultar num padrão amplo e bonito. 

Como sempre, o equilíbrio se mostra uma saída interessante: não aceitar o caos sem reflexão e não confiar demais na ordem apática. 

Arte se faz na gangorra entre técnica e expressão. Se tem muito peso de um lado, não há movimento.


Bom fim de semana! 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Dia Mundial do Desenhista


O Dia Mundial do Desenhista foi criado em homenagem ao aniversário de um dos mais importantes desenhistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci, que nasceu dia 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, na Itália. A data foi instituída pela primeira vez como comemorativa em 2011, através de uma iniciativa da Associação Internacional de Artes (IAA), considerada a maior organização não-governamental de artes visuais, criada em 1954 pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Desenho vem da palavra Disegno (que também originou Design), que vem de DESÍGNIO. A etimologia da palavra é o Latim DESIGNARE, “marcar, apontar, traçar”, formado por DE-, “fora”, mais SIGNARE, “marcar, apontar”, de SIGNUM, “sinal, marca”. Desenhar, então, tem sua raiz atrelada ao ato de criar informação visual para comunicar.

E o Desenho é o meu (e espero, o seu) desígnio (será que essa palavra também tem sua raiz atrelada ao desenho?). Não me vejo fazendo outra coisa, não sem ter o desenhar como fator determinante.

Desenhar é uma atividade apaixonante. Eu já falo disso há anos, claro, e todo meu trabalho com quadrinhos, ilustração, aulas e palestras (além do Youtube!) deriva desse amor imenso que tenho pelo desenho. Pra mim, é maior que apenas criar imagens. É tão grande que nem sei como descrever, e sou muito grato e feliz a todas as etapas do meu caminho nesse mundo que me levaram, e ainda levam, a criar coisas especiais a partir de "apenas linhas, pontos, manchas".  Com isso nós comunicamos, expressamos, simplificamos, confundimos, emocionamos, criticamos, narramos, criamos signos, símbolos, ícones, mentiras e verdades, contamos histórias e deixamos, de alguma forma, uma marca no mundo.

Nesse 15 de abril, dei aulas o dia inteiro! Ilustração, quadrinhos, cartum, criação de personagem, projeto pessoal de HQ... Foi um dia cheio, como todas as quintas-feiras, e deixo aqui um abraço aos meus alunos da Pandora Escola de Artes e das mentorias particulares, agradecendo à confiança e parceria!

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Acolhida de Aula - Semana de 23 de julho de 2020

Boa tarde, pessoal! Como vocês estão? Espero que tudo em ordem por dentro,  por fora e por aí. 

Essa semana quero começar falando sobre a importância de entender o tempo. Não o tempo curto, que está entre hoje e amanhã, ou entre uma aula e outra. Mas o tempo longo, dos anos, décadas (sei que pra maioria de vocês, falar em décadas parece super exagerado, mas um dia elasse acumulam). O tempo é absolutamente necessário para nossa evolução, em todos os sentidos. As coisas na vida levam tempo.  E, apesar de podermos em certos casos acelerar esse tempo com truques, hacks ou atalhos, nem tudo se acelera. Uma planta germina e cresce no tempo que tem que levar. Um filhote se torna adulto em seu tempo, também. Um artista se forma ao longo da vida, de acordo com seu tempo e o tempo do mundo.

Estive imerso essa semana, mais uma vez, no projeto de republicar minhas primeiras HQs, lá do meu começo de carreira. Entre 2019 e 2020, comemoro 15 anos da criação do meu projeto de HQs, chamadas Pieces, e 10 anos da publicação das revistas independentes que traziam algumas dessas histórias. Esse lance de voltar a pensar nas coisas antigas, rever todo meu desenvolvimento ao longo dos anos, como artista e tbm como ser humano, mostra o quanto o tempo é crucial. Não adiantava eu querer ser melhor do que eu era na época, porque só o tempo me faria ser melhor. Muitas vezes, a gente fica incomodado com os resultados, querendo estar no nível 100 e tendo resultado de nível 10. É assim mesmo. Temos que entender que nem tudo é rápido, especialmente se não damos foco integral. Quem desenha s[o um pouco, só às vezes e não está imerso no assunto por bastante tempo, não evolui tão rápido.  E sabemos, também, que não dá pra ficar a vida inteira só pensando em desenho e desenhando. Tem mais vida acontecendo, muita coisa que demanda nossa atenção.

O foco é um fator importante nessa alquimia que faz o tempo gerar evolução. Se você quer fazer 20 coias, vai dividir seu foco e energia em 20 coisas. Se fizer só uma, tudo vai praquela uma coisa. Nem tanto lá, nem tanto cá: equilíbrio. Se você pode dedicar muito tempo a algo que ama, é natural que vc tenha uma experiência intensa e ganhe resultados bacanas em menos tempo. É um privilégio, uma honra! Use-os com carinho e gratidão. Sem foco de verdade, só o tempo não dá conta. Aí, tempo é só tempo.

Mas uma coisa que precisa estar associada ao tempo e ao foco, para que tal evolução aconteça, é o movimento. Movimento no sentido de fazer alguma coisa, qualquer coisa que seja um deslocamento físico ou mental em direção ao que você ama e quer fazer e desenvolver. Tempo nos ajuda a evoluir? sim. Foco nos ajuda a evoluir? Sim. Mas só isso não dá conta. Algo  precisa ser feito, e produzir é a resposta. Não precisa, claro, ser tudo sempre obra-prima ou estudo. Mas se você quer desenhar, ser artista, evoluir em tudo que se liga a essa experiência, precisa estar em constante movimento. Só com resultados podemos processar as informações, as experiências, os erros e acertos. Não tem como aprender e melhorar sem fazer as coisas.

Entendam essa relação como algo inevitável. Ninguém que é excelente no que faz chegou lá em pouco tempo sem foco e produção. Tem que ter combustível, paixão mesmo, pra continuar em frente apesar dos resultados insatisfatórios que podem aparecer no caminho. É assim mesmo. Tem gente no mundo que é prodígio, que parece ser excelente desde cedo? Uai, tem. O que nos diferencia delas? Se pudermos entender esses contextos e relações, as coisas ficam um pouco mais claras, e a frustração e tvz até culpa que sentimos por não sermos tão bons quanto queremos possam diminuir - ou até sumir. Pense em exemplos como o Slash, guitarrista incrível dos Guns n Roses. Ele é bom? Muito. E diz a lenda que ele ficava 12 horas por dia estudando e tocando guitarra quando era jovem. Mas acusto do quê? Vida social, experiências reais, estudo na escola...? E você, estaria disposto a abrir mão de tanta coisa pra mergulhar de verdade em algo?

Temos que abrir mão de algumas coisas para poder ocupar nossa vida com essas coisas que amamos (aqui eu falo basicamente de desenho, mas pode ser qualquer outra coisa, esporte, gastronomia, dança,música, poesia, etc). Prodígios como Mozart,que compunha e tocava em público com 5 anos de idade? Sim, existem. Mas qual a condição? Não é justo se comparar com situações absolutamente diferentes: época, recursos, incentivos, exemplos, método, disciplina, etc...
Bom, não quero dizer com isso que vocês precisam largar de tudo e só desenhar. Eu sei que a vida é complexa e muita coisa não depende só da gente. Mas dá pra tentar refletir sobre as coisas, seja pra ver onde e como podemos agir mais ativamente pra nossa evolução como artistas, seja pra entender e estar em paz com as coisas como são, em vez de ficar mal porque tem X pessoas que são melhores que vc lá fora...
Cada coisa no seu tempo.Mas com ação ativa para ir em frente. Sem inércia.Vim pensando muito nisso porque o livro meio que me convida a fazê-lo, não tem como fugir: são anos e anos, páginas e páginas, sentimentos demais. Esse livro vai ter HQs antigas,que quase ninguém viu (e são ruins, pros meus padrões atuais, mas eram boas pra época, hehe), coisas do meio do caminho e coisas novas. O que isso evidencia é que os mais de 15 anos pensando, fazendo, estudando, ensinando, consumindo e amando quadrinhos  me levaram ao artista que sou hoje. E toda a vida "real" em torno disso colaborou. É bom saber, a vida importa muito pra um artista, faz parte do caminho. Tudo é uma coisa só, uma simbiose muito doida. Demora pra completar o quebra-abeça, porque as peças não vêm todas prontas e disponíveis. Algumas peças aparecem só depois de muito tempo, e talvez você nem consiga encaixá-la ainda. Algumas peças se perdem no caminho, pra serem encontradas tempos depois, meio baqueadas, ama que ainda servem pra completar quem nós somos.

Esse livro novo deve entrar em financiamento coletivo no Catarse em breve. Eu aviso vocês! Vai ser muito massa e é muito importante pra mim como autor porque completa um ciclo muito especial no meu trabalho.

(Além dessa jornada toda, eu também fiquei pensando em tempo porque meu monitor está praticamente morrendo aqui, e fui perceber que o tenho desde 2009. Estava organizando alguns action figures, tirei uns pra vender, e vi que tenho itens de mais de 20 anos. O liquidificador quebrou, era presente de casamento, de quase 5 anos. O bule da cafeteira também, estava comigo desde que me mudei pra esse apê, 10 anos atrás. O tempo passa para as coisas também. Renovar, por motivos diversos, faz bem. Revisitar, relembrar e re-sentir, mas não ressentir.

E vida que segue, porque o tempo passa rápido demais, já é quinta de novo e eu estou escrevendo faz 20 minutos para vocês.

Cadê os desenhos? :sorriso_olhos_sorrindo:

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Galerinha, concluímos mais um dia de aula! Agradeço pela presença e carinho! Espero que os próximos dias sejam gentis e o mundo menos doido.Dicas de hoje:
Abraço pra todos! Mantenham-se criativos e apaixonados! :coração: (editado) 

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

YouTube - Dois vídeos novos!

E aí,, pessoal!
Você já viu meus novos vídeos no YouTube? Não? Então veja só o que eu preparei para você:

A Teoria da INSATISFAÇÃO - Você gosta do seu desenho? (Ser Autor #004)



Você está satisfeito com seus resultados no desenho, ilustração, roteiro, etc? Gosta do que faz ou detesta tudo que sai no papel? Tenho uma aulinha bacana pra te ajudar a achar um equilíbrio! Como professor e autor, tenho várias teorias que conduzem meu entendimento sobre o que eu faço. Elas me ajudam a ensinar e também a produzir, e, por que não, a entender o trabalho dos outros. Neste vídeo, apresento a vocês uma faz minhas teorias sobre o aprendizado e a vivência da Arte: a TEORIA DA INSATISFAÇÃO! Vamos entender o equilíbrio entre o gostar e o não gostar dos seus resultados?

SKETCHBOOK Walk-Through (Sketchbook Tour #001)



Primeiro vídeo de uma nova série, onde vou mostrar para vocês todas as páginas dos meus Sketchbooks, ou seja, meus cadernos de desenho. Este é o mais recente (até, claro, a gravação deste vídeo). Logo vou postar mais cadernos.


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É isso aí! Espero que curtam! Não se esqueçam de se inscreverem no meu canal e ativar o sininho pra ficar ligado nas novidades. Dê o seu like e comente (tanto aqui quanto lá).

Abração procêis!